Com o avanço da vacinação e a gradual flexibilização do isolamento social, o Brasil aos poucos se encaminha para um cenário de pós-pandemia. A educação foi um dos setores que mais precisou de adaptações frente às demandas sanitárias e sociais trazidas pela Covid-19. A ostensiva migração das IES ao modelo EAD foi uma solução emergencial necessária para driblar o cancelamento do ano letivo e a perda de matrículas. Com a possibilidade de retorno presencial despontando no horizonte, o EAD perderá sua relevância e se tornará um recurso dispensável ao ensino nacional?

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Não é o que a opinião da comunidade acadêmica sugere. O levantamento “Observatório da Educação Superior: análise dos desafios para 2021”, realizado em parceria com a Educa Insights, indicou alto nível de satisfação estudantil com o modelo. A pesquisa entrevistou 668 alunos de IES particulares matriculados em cursos presenciais, que precisaram migrar ao EAD durante a pandemia. Os números evidenciam a potencialidade do ensino superior híbrido diante dos hábitos e demandas dos graduandos contemporâneos.

De todos os entrevistados, 55% prefere o retorno das aulas presenciais em dias pontuais, priorizando as disciplinas laboratoriais. Dentre os estudantes já vacinados (com a primeira dose, no mínimo), 47% acredita que somente as aulas práticas devem retornar ao cronograma presencial. Esse número sobe para 56% entre os alunos ainda não imunizados. Do montante total, 38% se mostrou favorável ao ensino superior híbrido, onde aulas presenciais e a distância (online) se mesclam oficialmente no calendário letivo.

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O ensino superior híbrido reúne os pontos fortes dos dois modelos em um único sistema de ensino. Preserva a experiência relacional e a troca presencial entre os agentes educacionais, tão valorizadas no ensino tradicional. Mas reserva os encontros às atividades práticas, o que otimiza o percurso formativo dos alunos. Os estudantes ganham autonomia e flexibilidade para gerir os estudos em consonância com suas rotinas pessoais, quando a teoria é ministrada em videoaulas. Os encontros, por sua vez, tornam-se mais produtivos e instigantes, graças ao embasamento teórico prévio dos alunos. Há menor gasto de tempo e recursos com aspectos práticos do “ir à aula”, viabilizando o diploma de ensino superior a uma classe maior de pessoas.

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Diante da notável aprovação estudantil, as IES também encontram benefícios na incorporação do ensino superior híbrido. O modelo está em concordância com as atuais tendências de ensino, aumentando o potencial de retenção de matrículas e de expansão da oferta de cursos. Também favorece a economia de recursos para manutenção estrutural, liberando orçamento para investir em conteúdo EAD de qualidade e elevar o padrão formativo da instituição.

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As IES podem, ainda, enxergar no ensino superior híbrido a oportunidade de valorizar os investimentos operacionais realizados em pandemia. Tirar os recursos EAD do status de alternativa emergencial e integrá-los ao sistema de ensino, dado o potencial educacional observado na recente transição. Para isso, os gestores devem focar esforços na adaptação estrutural e curricular, explorando principalmente as metodologias ativas do ensino remoto. Este é o caminho para que tecnologia, educação e inovação protagonizem, juntas, uma formação cada vez mais completa aos futuros profissionais do Brasil.

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