Pós-pandemia: 73% dos professores querem usar mais tecnologia em aula
17 de março de 2021
A pandemia de Covid-19 chegou sem aviso prévio, transformando 2020 num ano de adaptações em todos os aspectos da vida em sociedade. A virada para 2021 e a perspectiva de vacinação convidam a vislumbrar um futuro pós-pandemia, mas será que o “novo normal” ficará completamente para trás? A urgência despertada pela crise sanitária e pela necessidade de distanciamento social estimularam o senso adaptativo no âmbito público e privado, fazendo emergir boas soluções que não devem cair em desuso após o enfrentamento do vírus – e prometem, inclusive, nos conduzir para um futuro mais dinâmico, moderno e conectado.
As escolas e universidades simbolizam um exemplo histórico de adaptação. Professores instruídos para o ensino presencial com anos de experiência em sala de aula correram contra o tempo na familiarização com diversas tecnologias educacionais que possibilitaram o não cancelamento do ano letivo durante o isolamento social. A transição emergencial foi confusa, para docentes e discentes; abalou os alicerces mais fundamentais da educação tradicional. Mas também abriu os olhos para novas formas de conduzir o ensino com foco no aluno, oferecendo-lhe autonomia e dialogando mais de perto com seus hábitos e interesses.
Leia também: Novo ensino médio – o que muda?
O Brasil se encontra diante de uma transformação estrutural da educação, que nasceu de uma emergência global e se moldou como oportunidade para superar as limitações que há anos fragilizam o sistema nacional de ensino. A mudança começa pelos agentes ativos da educação: hoje, 73% dos 2,6 milhões de docentes brasileiros querem usar mais tecnologia em aula do que usavam antes da pandemia, de acordo com pesquisa realizada pela Fundação Lemann em parceria com o Instituto Datafolha.
A incorporação da tecnologia como recurso de aprendizagem gera uma cascata de atualizações, que vão desde a metodologia aplicada em curso até a capacitação de um novo perfil de professores. Muito se descobriu sobre os recursos, pouco sobre o domínio prático – o que precisa mudar na realidade educacional brasileira para que a inovação seja efetivamente integrada às salas de aula?
DA LOUSA PARA A TELA
Após um ano de uma transição emergencial e massiva, é possível constatar algumas fragilidades do modelo EAD que vem sendo implementado no Brasil durante a pandemia. A primeira delas diz respeito à didática. Não basta ir da lousa para a tela, da sala para a videoaula; nenhum recurso é efetivo se não embasado por uma estratégia metodológica. A tecnologia é, em si, apenas a ferramenta, cabe ao sistema educacional explorá-la de forma a beneficiar os alunos.
A transferência da metodologia presencial para a dinâmica digital é o que se vê em muitas instituições brasileiras. Para manter o compromisso primordial com a qualidade da educação, o EAD precisa ser implementado com responsabilidade e uma boa dose de conhecimento especializado. Curadoria do conteúdo, setorização por módulos, produção e edição das videoaulas, elaboração de um cronograma letivo e de um sistema avaliativo adequados ao novo formato são indispensáveis para que o ensino a distância gere bons resultados. Replicar o antigo modelo em um novo formato acaba por reproduzir as mesmas deficiências educacionais encontradas anteriormente.
Leia também: Planejamento EAD – antes de produzir, como planejar o conteúdo dos cursos online?
BARREIRAS DO ACESSO
Ao falar da realidade educacional de um país tão grande e multifacetado quanto o Brasil, é impossível não colocar a desigualdade social na equação. Infelizmente, o acesso à internet ainda não é uma realidade para todos os brasileiros, o que coloca entraves na implementação do ensino híbrido ou a distância a nível nacional. Entretanto, a busca pelo modelo vem crescendo e ganhando cada vez mais aceitação dentro da comunidade estudantil – inclusive entre as classes menos abastadas, que buscam por ensino superior com mensalidades mais acessíveis do que o ensino presencial oferece.
Para driblar as barreiras do acesso à educação, o Ministério da Educação exige uma sede física para todas as IES que operam em modelo EAD ou híbrido. A sede deve disponibilizar acesso à internet e computadores suficientes para a demanda de todos os estudantes.
NOVAS FORMAS DE ENSINAR
Mesmo com o distanciamento físico, a pandemia reafirmou a importância do laço de confiança e empatia que se estabelece entre professor e aluno no processo de ensino-aprendizagem. É preciso usar os recursos tecnológicos para potencializar a ação do professor que conduz o aluno a uma experiência ativa de ensino – e para isso, é preciso que os docentes sejam capacitados para um novo panorama educacional.
Novas competências serão esperadas do professor do futuro. Domínio das tecnologias educacionais, entendimento sobre dados, uso responsável das redes e um olhar analítico sobre a aprendizagem são algumas habilidades que devem, desde já, ser estimuladas nos cursos de capacitação inicial e continuada dos professores.
Para ser competitivo no mercado do futuro, as atualizações devem começar no presente. Mantenha sua IES em consonância com as tendências de ensino através das soluções educacionais da Editora Intersaberes! Catálogo com mais de 900 disciplinas para compor a grade curricular de cursos híbridos ou EAD na área das exatas, humanas, sociais aplicadas e jurídicas, além de biblioteca digital com mais de 1.100 títulos que compõem bibliografias básica e complementar e serviço de produção de disciplinas sob demanda, atendendo às necessidades específicas de cada instituição. Tudo para que sua IES abrace a inovação com segurança e o padrão de qualidade exigido pelo MEC: https://www.intersaberes.com/