Dentre os tantos setores impactados pela pandemia de Covid-19, a área da educação merece uma análise especial. A abrupta interrupção do ensino em decorrência do isolamento social ocasionaria uma série de perigosas consequências sociais e econômicas. Tal urgência impulsionou o setor a pensar estrategicamente, lançando mão de ferramentas criativas e modernas. As soluções EAD chegaram às instituições em 2020 como alternativa emergencial, mas seu amplo potencial educacional foi logo reconhecido por gestores, educadores e alunos. Agora, o processo de reabertura do ensino presencial evidencia o quanto os moldes tradicionais já não ocupam mais o centro do debate educacional.

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De que forma a transição massiva e compulsória ao ensino a distância modificou o olhar e a procura pelo ensino presencial no Brasil? Mensurar impactos dessa natureza foi o objetivo central da pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED). De 20 de março a 30 de abril de 2021, o levantamento especial do CensoEAD.BR contatou 51 instituições de ensino distribuídas pela maioria dos estados do país. A pesquisa englobou instituições de ensino superior, ensino médio, ensino fundamental, cursos técnicos e cursos livres, sendo 78,43% privadas e 21,57% públicas.

ASCENSÃO DO EAD

Uma das principais constatações da pesquisa é que o volume de matrículas em educação a distância aumentou em até 50% durante a pandemia. Nesta experiência emergencial, ficou clara a eficiência dos recursos EAD em viabilizar a sequência das atividades formativas mesmo em circunstâncias adversas – sem abrir mão da interatividade, das experiências laboratoriais e do debate. A tendência da educação a distância já crescia há anos no Brasil, e agora os recursos EAD se comprovam como investimento viável para instituições que buscam explorar novos formatos de ensino.

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INADIMPLÊNCIA E EVASÃO

Outro comparativo importante diz respeito aos índices de inadimplência verificados no ensino a distância, dado o contexto de crise econômica. Para 35,3% das instituições entrevistadas, o nível de inadimplência nos cursos EAD se manteve constante durante a pandemia. Um aumento de até 50% foi verificado por 21,6% das instituições participantes. 

No tocante à evasão em cursos EAD, 37,3% das instituições respondentes relataram que a taxa se manteve; 27,5% das instituições perceberam aumento de até 50%; e 11,8% das entrevistadas constataram diminuição de até 50%. Quanto às facilidades concedidas pelas instituições para controlar a evasão, descontos para cursos EAD ficaram na faixa dos 15,7%, chegando a 17,6% no ensino presencial. Com mensalidades reduzidas e flexibilidade de horários, o EAD possibilita que um novo grupo de pessoas ingresse ou conclua sua formação.

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RELAÇÃO ENSINO PRESENCIAL x ENSINO A DISTÂNCIA

Se a evasão e a inadimplência continuam sendo realidades no ensino presencial ou a distância, é necessário compreender o panorama que está por trás. Ao investigar o que motiva solicitações de desconto ou evasão, a pesquisa concluiu que 70% dos casos correspondem à crise econômica.

Por fim, a pesquisa questionou se a experiência emergencial com o EAD permitiu novos suportes aos cursos presenciais. Para 75% das instituições respondentes, a principal contribuição diz respeito à transferência de conhecimento sobre o uso de tecnologias para professores.

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