O cenário do mercado de ensino superior EAD no Brasil
30 de janeiro de 2023
A conquista do diploma de ensino superior ainda não é um sonho possível a todos os brasileiros. O Brasil permanece distante da Meta 12 estabelecida no Plano Nacional de Educação, que propõe uma taxa de escolarização líquida de 33% até 2024. De acordo com o levantamento ‘Education at Glance’, elaborado pela Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e divulgado ao fim de 2021, apenas 21% dos jovens brasileiros entre 25 e 34 anos concluíram o ensino superior – o que demonstra a urgência por ações que democratizam o acesso à educação.
Mas o cenário indica sinais de mudança. Na pesquisa realizada pela Secretaria de Modalidades Especializadas de Educação (SEMESP) em 2022, as instituições de ensino superior relataram que as principais dificuldades na captação de novos alunos se relacionavam à redução da renda familiar e desemprego do próprio aluno. Em contrapartida, o índice de desemprego caminha em curva decrescente desde 2021, com expectativa de redução ainda maior para 2023 (dados da Educa Insights, 2022), o que incentiva a busca por capacitação e retorno aos estudos. De acordo com Semrush (software de Inteligência Artificial e pesquisa), 13,8 milhões de pessoas no Brasil estarão aptas a comprar o serviço de educação superior entre 2022 e 2023.
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Desde sua expansão nacional na década de 90, o EAD simboliza a oportunidade de acesso à capacitação profissional para grupos até então mantidos à margem do ensino superior, por impedimentos geográficos e/ou financeiros. Segundo a Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), a média de mensalidade das graduações presenciais fica entre R$500 e R$1.000, enquanto as mensalidades das graduações EAD variam entre R$251 e R$500 (em média). Com valores mais acessíveis, aulas ministradas por profissionais de renome e possibilidade de transmissão para todo o Brasil, o EAD descentraliza o ensino superior dos grandes polos urbanos e viabiliza formações de qualidade a uma nova parcela da população brasileira.
A experiência emergencial com o ensino a distância durante a pandemia de Covid-19, ao desencadear adesão massiva à modalidade, também atentou docentes e discentes às potencialidades abertas pelas novas tecnologias educacionais. Mesmo com o retorno dos calendários presenciais, o EAD não dá sinais de enfraquecimento entre os universitários brasileiros – que já demonstravam insatisfação com o formato das graduações tradicionais. Observe, nos dados a seguir, a consistência do mercado de ensino superior EAD no Brasil de hoje.
Oferta nacional
O Mapa de Ensino Superior elaborado pela SEMESP (2022) contabilizou mais de 2300 instituições de ensino superior (IES) em território nacional, entre universidades, centros universitários e faculdades; pertencentes à rede pública e privada; e operantes em modalidade presencial ou EAD.
De acordo com o Censo da Educação Superior 2021 (divulgado em novembro de 2022 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – Inep), o Brasil fechou o ano com quase 9 milhões de matrículas em 2.574 instituições de ensino superior. Do total de matrículas, 6,9 milhões (76,8%) pertenciam à rede privada. Considerando somente o volume de ingressantes, seis em cada dez novos alunos do ensino superior (62,8%) já optaram por cursos EaD. Se o recorte considerar apenas a adesão no ensino privado, a taxa de preferência é de sete a cada dez estudantes.
EAD como preferência
O Censo da Educação Superior 2021 também confirmou as projeções sobre a expansão da demanda EAD em território nacional. De 2020 para 2021, o número de ingressantes em cursos da modalidade em IES públicas e privadas cresceu 23,3% – enquanto o ingresso de novos estudantes nas graduações presenciais, também públicas e privadas, caiu 16,5%. Olhando apenas para as instituições da rede privada, que concentram o maior número de vagas EAD, o aumento de calouros na modalidade remota chegou a 24,4%. O Brasil atingiu o marco de 3,5 milhões de matriculados no ensino a distância em 2021, ante 3,3 milhões de ingressantes em cursos presenciais – a inversão da preferência foi registrada pela primeira vez na história do país.
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As projeções já indicavam uma ascensão contínua e gradual do EAD no Brasil. Ao longo da última década, houve um crescimento de 32,8% no percentual de estudantes brasileiros matriculados na educação superior (equivalente a um aumento de 2,9% ao ano). Entretanto, o ingresso de novos graduandos na modalidade presencial, entre 2011 e 2021, registrou queda de 23,4%. No mesmo período, o número de alunos matriculados na modalidade EAD aumentou 474% – número alavancado, também, pelos efeitos da pandemia. É o que revelam os dados coletados pelo Censo da Educação Superior 2021.
Transformação do mercado educacional
O Ministério da Educação (MEC) informou que mais de 500 cursos de graduação presenciais foram fechados em 2022. O cancelamento dos cursos presenciais é resultado da combinação de alguns fatores, como a redução drástica do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e a instabilidade financeira nacional, que levou estudantes a migrarem para o formato online (com mensalidades mais em conta, e rotina conciliável com trabalho). Metodologias e conteúdos desatualizados nas graduações presenciais também contribuíram para a queda do interesse e consequente afastamento dos alunos, com destaque para os mais jovens – que são também o grupo mais adaptado às dinâmicas digitais.
Além da ascensão do EAD já atestada nas pesquisas recentes, a modalidade híbrida também ganha mais espaço no mercado educacional brasileiro. Desde 2019, o MEC decretou uma portaria que libera a oferta de 40% da carga horária dos cursos presenciais em dinâmica remota. Uma nova modalidade que contempla os estudantes que buscam mais autonomia e flexibilidade do que as graduações tradicionais oferecem.
Para ter sucesso na aposta em cursos híbridos ou EAD, a instituição de ensino superior precisa compreender a fundo seu público-alvo (delineando as graduações de maior interesse), investir em tecnologias educacionais que promovam a expansão da ensino-aprendizagem e, principalmente, focar esforços na qualidade do ensino a distância. A Intersaberes, destaque no mercado educacional brasileiro há mais de 17 anos, desenvolveu soluções educacionais que garantem credibilidade e relevância à sua IES. Nosso catálogo de cursos e disciplinas de graduação e pós-graduação EAD é o maior e mais variado do mercado nacional: são mais de 1000 disciplinas que contemplam mais de 50 áreas do conhecimento, e compõem grades curriculares de mais de 300 cursos. Conte também com a Contentus Play, nossa plataforma EAD que gerencia cursos, disciplinas e alunos de forma segura e eficiente. Solicite uma demonstração: Conteúdo EAD – Intersaberes