Novo ensino médio: o que começa a valer em 2022?
30 de novembro de 2021
Aprovada desde 2017, a proposta de um novo ensino médio está encerrando seu período de adaptação e efetivará grandes mudanças na educação básica brasileira já em 2022. O novo formato alimenta o protagonismo do aluno em sua jornada educacional, proporcionando formações mais personalizadas e compatíveis com o projeto de vida de cada um. Conforme a transição gradual estabelecida pelo MEC, todas as turmas de 1º ano públicas e privadas deverão estar adequadas ao novo ensino médio já no próximo ano.
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Mas, na prática, quais mudanças os alunos de 1º ano encontrarão no currículo escolar do novo ensino médio em 2022? Quais novidades os gestores já devem estar preparados para implementar no novo ano que se aproxima? Confira, a seguir, os primeiros passos da efetivação da proposta pedagógica inovadora trazida pelo novo ensino médio:
CARGA HORÁRIA
A primeira grande mudança do novo ensino médio está no aumento da carga horária. As atuais 800 horas anuais serão expandidas para 1.000 horas anuais, totalizando 3.000 horas formativas ao fim do ensino médio. A divisão da carga horária também será diferente: 60% das horas formativas serão destinadas às áreas do conhecimento, e os outros 40% voltados exclusivamente aos itinerários formativos. As mudanças relacionadas às áreas do conhecimento e aos itinerários formativos serão melhor detalhadas na sequência do texto.
A intenção do MEC é expandir a carga horária do novo ensino médio para 7 horas diárias, configurando período integral. Não há prazo previsto para a implementação completa. Como a transição abrangerá apenas turmas de 1º ano em 2022, a expansão da carga horária ainda será parcial.
ÁREAS DO CONHECIMENTO
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O currículo tradicional do ensino médio divide o cronograma em 12 disciplinas individuais. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) atualizada para o novo ensino médio propõe a divisão dos conteúdos em 4 grandes áreas do conhecimento (mesmas categorias aplicadas no ENEM). A nova proposta não pretende excluir disciplinas do atual currículo, mas sim trabalhá-las de maneira integrada para favorecer a aplicação na vida real. Apenas matemática e língua portuguesa serão mantidas como disciplinas obrigatórias no novo currículo.
Em 2022, alunos de 1º ano do novo ensino médio já devem experimentar a nova estrutura curricular, com (no mínimo) 5 horas formativas diárias. Das 3.000 horas formativas totais previstas para o novo ensino médio, as áreas do conhecimento devem ocupar no máximo 1.800 horas.
ITINERÁRIOS FORMATIVOS
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As 1.200 horas restantes serão destinadas ao curso dos itinerários formativos – outra grande novidade proposta pelo novo ensino médio. Os itinerários formativos são conjuntos de atividades e experiências formativas ofertadas pela instituição, como forma de enriquecer a formação em áreas de interesse dos alunos. Os itinerários podem se aprofundar em temas relacionados às 4 áreas do conhecimento ou na formação técnica e profissional. O objetivo é estreitar laços entre a educação formal e as aptidões pessoais dos estudantes, facilitando a entrada no mercado de trabalho.
Alunos de 1º ano já poderão, em 2022, ingressar no itinerário formativo de sua preferência – desde que esteja disponível na instituição onde estão matriculados. De acordo com o MEC, as escolas têm até 2023 para oficializar a oferta dos itinerários.
ORIENTAÇÃO PARA PROJETO DE VIDA
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No propósito de situar os estudantes como protagonistas de sua formação, o novo ensino médio propõe o debate sobre projeto de vida como parte da formação. A ideia é incorporar, na realidade escolar, orientações que ajudem os alunos na compreensão do que almejam para seus futuros. A escola assume a missão de auxiliar e amparar o estudante na conquista de seus objetivos.
O MEC não cedeu direcionamentos sobre qual profissional deverá assumir a frente das orientações – psicólogos, professores, agentes da instituição ou outros. De qualquer forma, a abordagem direcionada aos projetos de vida já deve integrar o novo ensino médio em 2022.
O novo ensino médio simboliza a ruptura com um modelo antiquado, que já não dialoga mais com as aspirações dos jovens contemporâneos. Se bem implementado, o novo ensino médio tem potencial para revolucionar a formação e ingresso dos alunos no mercado de trabalho. Assine nossa newsletter e receba as novidades em primeira mão.