Novo ensino médio: como implementar?
18 de maio de 2021
O novo ensino médio é uma proposta de renovação ao sistema educacional brasileiro, que promete entrar em pleno desempenho a partir de 2022. Diante dos prejuízos que uma educação desatualizada oferece aos jovens, as mudanças pretendem dar início a uma nova realidade de ensino no país. Substituir as altas taxas de evasão escolar por um novo ensino médio que incentiva o protagonismo do estudante na realização de seus projetos de vida.
Renovações estruturais exigem mudanças expressivas. O impacto será sentido por todos os agentes da educação – alunos, professores e instituições. Os alunos enfrentarão carga horária estendida, mas poderão cursar itinerários formativos profissionalizantes e que dialoguem com seus interesses. Os educadores deverão explorar os recursos da interdisciplinaridade, diante de um novo currículo integrado através de quatro grandes áreas do conhecimento. Assumirão, por consequência, papel ainda mais ativo no desenvolvimento de competências e na formação pessoal, acadêmica e profissional de seus alunos.
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E quais mudanças caberão às instituições? A implementação do novo ensino médio certamente será desafiadora, repleta de adaptações operacionais e organizacionais. Você, gestor de escola, já traçou um plano para colocar o novo modelo em ação dentro do prazo?
MONTAR UM CRONOGRAMA
O primeiro passo está na realização de um estudo de aprofundamento, sobre a atual condição da escola e as diretrizes do novo ensino médio. Conhecendo os dois lados, é possível listar tudo o que a escola já tem e tudo o que precisará ter para implementar o novo modelo. Com objetivos delineados, pode-se criar um cronograma de adaptações estruturais, organizacionais e didático-pedagógicas. Tendo em vista o caráter multidisciplinar das mudanças, o cronograma organiza transformações graduais e ajuda a manter a operação dentro do prazo.
ORGANIZAR A CARGA HORÁRIA
O aumento da carga horária está entre as mudanças mais significativas do novo ensino médio. São 200 horas de estudo a mais em cada um dos três anos, totalizando 3.000 horas de ensino médio. É preciso focar no aspecto qualitativo, e não quantitativo – mais tempo na escola não garante melhor aprendizado. A instituição deve pensar a nova carga horária de forma a otimizar o estudo. O período dos itinerários formativos não pode coincidir com aulas de reforço ou de preparação para o vestibular, por exemplo. Cabe à escola reorganizar a carga horária priorizando, sempre, o benefício do aluno.
REFORMULAR O CURRÍCULO
Mudanças no quadro de horários e disciplinas se farão obrigatórias com a nova proposta curricular. Com quatro grandes áreas do conhecimento e somente Matemática, Língua Portuguesa e Língua Inglesa como disciplinas obrigatórias, as definições de aula e metodologia precisarão ser repaginadas. A oferta dos itinerários formativos também é uma grande novidade e a viabilização das atividades pode ser desafiadora sem experiência prévia.
REVISAR MATERIAL DIDÁTICO
A reformulação do currículo leva, naturalmente, à revisão do conteúdo. Como cada instituição tem autonomia na escolha do material didático, cabe ao gestor garantir ferramentas atualizadas para a formação dos alunos. Lembre-se de adequar o material à nova proposta curricular nacional.
TREINAR COLABORADORES
A linha de frente da educação precisa ser recapacitada para que um novo ensino médio seja possível, na prática. É irreal esperar uma transformação de ensino-aprendizagem enquanto os professores receberem a antiga formação. Uma capacitação focada na aplicação dos itinerários formativos, que exigem criatividade e disponibilidade, deve estar nas prioridades das instituições. Futuramente, as novas habilidades esperadas dos docentes deverão ser contempladas pelos cursos de licenciatura.
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ADAPTAR A ESTRUTURA
A oferta dos itinerários formativos também transformará a forma com que os alunos usufruem da escola. A ampliação da carga horária implica em adaptações de infraestrutura, no que tange os espaços de estudo e os materiais disponíveis. Atenção especial para o investimento em tecnologia, que deve ser amparado pela capacitação de todos os agentes envolvidos.
COMUNICAÇÃO ENTRE ESCOLA, PAIS E ALUNOS
Grandes mudanças existem paciência, comunicação e alinhamento entre as partes. A mediação partirá da escola, esclarecendo dúvidas e aproximando alunos e famílias da nova trajetória educacional. Como o novo ensino médio pressupõe a construção do Projeto de Vida, o entrosamento entre escola e família precisará (mais do que nunca) ser incentivado.
O prazo está chegando e a hora de adaptar sua instituição é agora! Preparar-se para a implementação do novo ensino médio é reforçar seu compromisso com a educação atualizada e de qualidade. Gestor, assine nossa newsletter e acompanhe as novidades da Editora Intersaberes! Já somos referência em soluções educacionais para IES, em breve estaremos prontos para te auxiliar na transição ao novo ensino médio do Brasil.