A pandemia está mudando o ensino superior. Saiba como reagir.
4 de maio de 2020
A pandemia da Covid-19 surgiu como um problema sanitário que, rapidamente, transformou-se também em crise econômica. A recomendação de isolamento social fez muitos negócios fecharem ou simplificarem suas atividades, o que leva à redução salarial ou demissão de muitos trabalhadores. Diversos autônomos não conseguem desempenhar seus ofícios dentro das recomendações de isolamento e, por isso, estão sem gerar renda. A instabilidade do mercado diminui oferta de empregos e coloca os já desempregados em uma situação ainda mais frágil. Em diferentes intensidades, a pandemia debilitou a renda de milhões de brasileiros. De que forma a queda no poder de compra da população está afetando o ensino superior no Brasil?
AUMENTO DA INADIMPLÊNCIA
Pesquisas recentes feitas pelo Semesp (sindicato das entidades mantenedoras do ensino superior particular, hoje com abrangência nacional) apontam para dificuldades na sustentabilidade financeira das IES do setor privado. Em análise do mês de abril, foi constatado um aumento de 72,4% na taxa de inadimplência em relação ao mesmo período do ano passado. Para as instituições, o impacto é expressivo: 1 a cada 4 estudantes não está com a mensalidade em dia.
TAXA DE EVASÃO CRESCENTE
Diante da impossibilidade de arcar com as mensalidades, para muitos alunos a resposta é cancelar a matrícula. Dados do Semesp revelam aumento de 32,5% na taxa de desistência ou trancamento de matrícula em relação ao mesmo período do ano passado. Tendo em vista que a rede privada de ensino superior atende 75% dos graduandos brasileiros (dados do Censo da Educação Superior de 2018), o alto grau de desistência pode significar também um marco preocupante na qualificação profissional dos brasileiros.
ADEQUAÇÕES A CURTO PRAZO
A rápida expansão da pandemia gerou, ainda, medidas de adaptação que impactaram o funcionamento regular das IES. A primeira delas foi a suspensão das aulas presenciais, que levou muitas instituições a correrem contra o tempo na migração ao sistema de ensino à distância. Sem tempo hábil para capacitar educadores, adaptar metodologias pedagógicas e dispor do aparato técnico necessário para o EAD, nasceu o desafio complexo de atender às demandas emergenciais sem abrir mão da qualidade do ensino.
Paralelamente, a redução obrigatória de até 30% no valor das mensalidades dos alunos do ensino privado já foi aprovada em alguns estados do Brasil. A medida, que resguarda alunos que tiveram renda comprometida pela pandemia, se tornou mais um desafio econômico a ser contornado pelas IES durante a crise.
COMO REAGIR?
Diante da possibilidade de fechar as portas, este é o momento de incorporar reações inventivas e tentar compreender qual é o nicho de mercado que emana das circunstâncias atuais. O foco deve estar na otimização de gastos e na captação criativa de recursos.
ESTREITAR LAÇOS ENTRE ALUNO E INSTITUIÇÃO
O aumento da inadimplência e a tendência da evasão em massa deve despertar os administradores para a importância de perceber a realidade socioeconômica dos alunos. Planos de auxílio, como parcelamento de pendências a longo prazo ou negociação das mensalidades dos alunos mais fragilizados economicamente, conquistam a satisfação dos estudantes e evitam o rompimento com a instituição. Quanto maior a fidelização dos alunos, menor o risco de falência.
ENSINO HÍBRIDO
A fusão entre o ensino presencial e a EAD se mostra, cada vez mais, como a educação do futuro. A pandemia não anuncia o fim do ensino presencial, mas acelera a tendência do uso da tecnologia com finalidades educacionais. A didática e a responsabilidade das salas de aula em conjunto com as facilidades do ambiente virtual de aprendizagem, que hoje oferece recursos elaborados para uma educação de alta qualidade.
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