O ensino superior presencial, que predominou na realidade educacional brasileira por muito tempo, começou a abrir espaço para o EAD na última década. Pela primeira vez na história do Brasil, mais da metade dos matriculados no ensino superior em 2019 optaram pela modalidade à distância (dados do Censo da Educação Superior 2019). Com as novas necessidades de isolamento social trazidas pela pandemia em 2020, as inovações e potencialidades do modelo EAD foram exploradas como nunca! Revisões metodológicas e aprimoramento das tecnologias educacionais aumentaram ainda mais a aceitação da modalidade entre a comunidade universitária. 

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A chegada de 2021, marcada pela disseminação das vacinas contra Covid-19, faz despontar uma nova tendência no mercado da educação: o ensino semipresencial ou híbrido, onde as trocas humanas do presencial e a autonomia flexível do EAD se encontram. Gestores de instituições devem compreender com clareza as características, os diferenciais e o público-alvo de cada modelo para investir com consciência e planejar a estratégia da IES em concordância com o futuro da educação.

• MODELO EAD

O ensino a distância não promove a reunião de alunos e professores em um local físico destinado à aprendizagem. Pelo contrário: lança mão de Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVAs) onde docentes e discentes se encontram digitalmente para esclarecer e debater os assuntos abordados em curso. Na maioria dos casos, as aulas expositivas assumem o formato de videoaula, e o conteúdo é dividido por módulos curtos que incentivam o engajamento dos estudantes a distância. Palestras e aulas específicas se desenvolvem em videoconferência ao vivo, com data e horário marcados para presença digital simultânea de todos os sujeitos do processo educacional. As aulas, cronogramas, atividades e materiais didáticos costumam ser hospedados em uma plataforma virtual própria de cada instituição.

O EAD é uma modalidade devidamente regulamentada e reconhecida pelo Ministério da Educação, e é dever da instituição garantir o mesmo nível de qualidade dos cursos presenciais no ensino a distância. O MEC exige, ainda, que exista um polo físico da instituição que ofereça toda a infraestrutura necessária para o acesso às aulas e realização das atividades propostas. Embora não hospede aulas presenciais, é no polo físico que os alunos podem resolver questões administrativas nas secretarias dos cursos, consultar materiais de apoio e receber outros tipos de assistência que se façam necessários.

• MODELO SEMIPRESENCIAL

O ensino semipresencial é a alternativa que fica entre o EAD e o ensino tradicional: une as trocas presenciais com professores e colegas à flexibilidade e à autonomia próprias do ensino a distância. A estrutura da graduação semipresencial é muito semelhante ao EAD, com uso de recursos digitais para transmitir conteúdo e fomentar interações. A diferença está na frequência dos encontros nos polos presenciais, que costumam ocorrer uma ou duas vezes na semana e já estão previstos na ementa de todas as disciplinas. O processo de ensino-aprendizagem se dá na mescla entre encontros presenciais e atividades virtuais na plataforma da instituição, e as provas finais são sempre realizadas presencialmente. As datas dos encontros são disponibilizadas aos alunos já no início de cada semestre, para que possam programar suas rotinas a fim de cumprir a frequência mínima exigida pelo curso.

O ensino híbrido também é uma modalidade reconhecida pelo Ministério da Educação que, inclusive, permitiu até 40% da carga horária total em EAD nos cursos presenciais enquanto durar a pandemia. Na graduação semipresencial, o limite oficial da carga horária em EAD é de 20%.

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• PRINCIPAIS DIFERENÇAS

A grande diferença entre o ensino a distância e o semipresencial está na carga horária estabelecida para encontros presenciais nos polos físicos da instituição. No modelo EAD, o MEC determina que pelo menos 20% da carga horária total do curso seja ocupada por atividades presenciais (geralmente preenchidas pela realização de provas e de atividades práticas de laboratório). No modelo semipresencial, é ao contrário: o limite máximo para atividades EAD é de 20% da carga horária total do curso. O modelo presencial, logicamente, não comporta nenhuma parcela da carga horária em EAD (exceto em ocasiões emergenciais, como na pandemia).

• TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS E SUAS POSSIBILIDADES

A incorporação das novas tecnologias educacionais expande as possibilidades de atuação da IES. Tanto o EAD quanto o ensino semipresencial ou híbrido contam com os recursos digitais de interação como parte fundamental da metodologia, permitindo que a instituição flexibilize graduações 100% presenciais e aposte em novos cursos no formato EAD. Ampliando o leque de modalidades oferecidas, a IES passa a dialogar com novos públicos que precisam de mais autonomia e flexibilidade para poder concluir no ensino superior. Estudantes que trabalham em período integral, que têm filhos ou que enfrentam dificuldades de locomoção urbana eram mantidos à margem pelo modelo tradicional, mas agora são contemplados pelos novos mecanismos de ensino-aprendizagem. A implementação de tecnologias educacionais, portanto, leva ao aumento de prospecção de matrículas na IES e colabora para a democratização do ensino superior.

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