Desafios da educação à distância
4 de maio de 2021
A rápida evolução das ferramentas digitais torna hoje possível um modelo de ensino a distância praticamente impensável há uma ou duas décadas. As diversas facetas da vida em sociedade agora convergem rumo à digitalização, e a educação acompanha o fluxo com amplo respaldo tecnológico. Diante da pandemia de Covid-19 e da demanda emergencial por distanciamento social, as soluções digitais entraram ainda mais em foco.
A busca pelo EAD no Brasil já trilhava a ascensão antes mesmo da pandemia. Em 2019, o Censo da Educação Superior contabilizou um número maior de matrículas em graduações EAD do que em cursos presenciais pela primeira vez. Em meio aos novos parâmetros sanitários trazidos pelo Coronavírus, 2020 evidenciou que o EAD vai além de uma alternativa educacional. Simboliza a oportunidade de cursar o ensino superior, para milhares de brasileiros que não possuem tempo, dinheiro ou acesso ao ensino presencial tradicional.
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Democratiza o acesso à educação, tem busca crescente entre os estudantes e é amparado por tecnologias cada dia mais eficientes. Ainda assim, o pleno sucesso do EAD é desafiador no Brasil – você entende os motivos?
RESISTÊNCIA MERCADOLÓGICA
O EAD, que já foi tabu para vários públicos, hoje está em avançado processo de desmistificação. O aumento da procura pelo modelo indica, evidentemente, que um número crescente de profissionais serão certificados por diplomas EAD no futuro. É importante reforçar que o Ministério da Educação não faz qualquer distinção entre o grau de instrução fornecido por graduações presenciais ou a distância. Ou seja, para o mercado de trabalho, os dois diplomas devem ter o mesmo peso.
É esperada certa resistência diante de novos modelos formativos que fogem do tradicional. Algumas grandes empresas ainda demonstram receio em contratar mão de obra qualificada via EAD para alguns cargos. Considerando o contínuo aumento de matriculados e a progressiva otimização das tecnologias EAD, o preconceito do mercado deve permanecer em declínio até cair em desuso.
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ACESSIBILIDADE A NÍVEL NACIONAL
Não é de hoje que a vastidão geográfica e as desigualdades socioeconômicas são fatores desafiadores para a educação brasileira. Na perspectiva do EAD, os percalços são no quesito de acessibilidade. Alunos e professores precisam de rede de internet e de aparelho eletrônico que permita acesso à rede, para que a graduação a distância seja possível.
A velocidade das conexões de internet varia regionalmente no Brasil, com a qualidade do sinal decaindo no sentido dos centros urbanos para o interior. Conexões fracas e lentas dificultam ou até impossibilitam o acesso a videoaulas, transmissões ao vivo ou download de materiais de estudo. Além disso, os impostos sobre eletrônicos são altos no país e transformam computadores e smartphones em bens inacessíveis para considerável parcela da população.
ADAPTAÇÃO DIDÁTICA E ORGANIZACIONAL
A incorporação do modelo EAD é muito mais profunda do que transplantar as aulas presenciais para os ambientes virtuais de aprendizagem (AVA). É preciso repensar o método de ensino como um todo, compreendendo que novos recursos exigem novas dinâmicas entre alunos e professores. A simplificação do processo, ao tratar como uma pontual transição de ambientes educacionais, compromete a qualidade do ensino a distância.
A padronização dos materiais didáticos digitais é importante para que alunos e professores possam utilizá-los com eficiência. As escolhas didático-pedagógicas dos professores devem considerar não mais a turma reunida em classe, mas núcleos individuais de estudo conectados virtualmente. Os cronogramas curriculares precisam ser pensados para atender às novas demandas da modalidade EAD.
POTENCIAL DIGITAL POUCO EXPLORADO
No mesmo sentido do tópico anterior, é necessário pensar o ensino a distância como um leque de potencialidades digitais. Para além dos AVAs e das videoaulas, existem muitos recursos tecnológicos que dinamizam e aperfeiçoam a aprendizagem não presencial. Negligenciar os recursos disponíveis é não entregar ao aluno todo o conjunto formativo que o EAD tem potencial para proporcionar.
Plataformas virtuais da instituição, fóruns para debate de conteúdos, bibliotecas digitais com amplo acervo para pesquisa, ferramentas digitais de interação. São alguns exemplos de possibilidades a serem exploradas pelas IES comprometidas com a entrega de resultados satisfatórios aos graduandos.
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CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL
Para que um novo modelo de ensino prospere, um novo modelo de professor precisa ampará-lo. É irreal esperar a incorporação de novas tecnologias e perspectivas didático-pedagógicas enquanto os professores continuarem recebendo a mesma formação. A implementação emergencial do EAD fez muitos docentes vestirem a nova camisa mantendo a antiga estratégia em campo, como foram capacitados.
Entendendo o EAD como uma realidade não mais passageira, este é o momento de investir em capacitação profissional especializada. Instruir os professores é dar-lhes ferramentas para oferecer a mais alta qualidade de EAD aos alunos. Como se posicionar e dialogar com a câmera ou como interagir via plataformas virtuais são habilidades esperadas desse novo perfil de professores.
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