Como a Biblioteca Digital promove acessibilidade na educação?
20 de abril de 2022
O avanço dos recursos tecnológicos amplia, a cada dia, as possibilidades de ensinar e aprender. A era digital está incentivando uma revolução educacional, onde os métodos tradicionais abrem espaço para alternativas dinâmicas e conectadas, muito mais alinhadas ao perfil dos estudantes contemporâneos. Atualizar as ferramentas de ensino é entender que o mundo muda, que a sociedade está em constante transformação – e que é papel da educação acompanhar esse movimento.
A tecnologia representa, também, um salto de acessibilidade dentro da educação. Além de levar informação a novos lugares e públicos, os recursos digitais possibilitam uma nova experiência de ensino-aprendizagem para pessoas com deficiência visual ou auditiva. As Bibliotecas Digitais, cada vez mais populares nas IES brasileiras, têm representado grande impacto positivo no que tange a inclusão no ensino superior.
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DEFICIÊNCIA VISUAL E POSSIBILIDADES DE LEITURA
Os dados oficiais mais recentes sobre a presença de deficientes visuais no Brasil são do Censo de 2010. O levantamento realizado pelo IBGE mostrou que, na época da pesquisa, mais de 6,5 milhões de brasileiros apresentavam algum nível de deficiência visual. Desse total, aproximadamente 500 mil eram completamente cegos e os outros 6 milhões possuíam baixa visão ou grande dificuldade para enxergar. Mesmo com números expressivos, pouco se questiona sobre a relação dessa população com a leitura.
Uma pesquisa apresentada em 2019 pela Fundação Dorina Nowill para Cegos revelou que 57% das pessoas cegas ou com baixa visão consultadas gostam de ler. A dificuldade em manter o hábito está na falta de publicações acessíveis, especialmente acentuada quando a procura é por revistas e jornais. Tais dados expõem o tratamento marginalizado que a sociedade brasileira ainda destina às pessoas com deficiência visual, restringindo-as ao acesso de uma limitada quantidade de títulos impressos em braille.
Biblioteca Digital e Acessibilidade
A Biblioteca Digital se apresenta como um recurso eficiente para transformar tal realidade. Muitos acervos digitais hoje disponíveis às IES são equipados com ferramentas de personalização da leitura. Recursos que permitem alterar o tamanho e o tipo da fonte, bem como o espaçamento entre linhas e a cor de fundo do e-book, tornam a leitura possível para milhões de pessoas com baixa visão. Em contraste com as mídias físicas, os e-books também são compatíveis com softwares de leitura em voz alta (presentes na maioria dos computadores e celulares atuais), transformando qualquer título em um audiolivro.
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DEFICIÊNCIA AUDITIVA E LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS
Outra reflexão pouco frequente no universo educacional é sobre os desafios de leitura e compreensão textual enfrentados por pessoas com deficiência auditiva. De acordo com a WFD (Federação Mundial dos Surdos, sigla em inglês), cerca de 80% dos pertencentes à comunidade surda sentem dificuldade em ler textos. Baixa escolaridade e problemas de alfabetização também são frequentes na comunidade.
A realidade não é diferente no Brasil. A dificuldade que as pessoas com deficiência auditiva relatam para assimilar a língua vigente (no nosso caso, a portuguesa) deriva de muitos fatores, como a impossibilidade de aprender através da fonética e som, a aquisição de linguagem tardia, ou as diferenças gramaticais entre a Libras e o Português. Mesmo quando há algum grau de compreensão, a comunicação e a interpretação de texto não ocorrem de maneira plena, inviabilizando a expressão do indivíduo perante a sociedade.
Nem todo mundo sabe, mas a Língua Brasileira de Sinais (Libras) é uma língua completa, e não uma linguagem derivada da Língua Portuguesa. Possui sua própria estrutura gramatical e sua própria forma de organizar as informações – não faz uso de tempos verbais ou artigos, por exemplo. Os sentidos se constroem a partir dos sinais manuais em conjunto com as expressões faciais e corporais. Muitas pessoas da comunidade surda se comunicam por meio da Libras, tendo pouco ou nenhum domínio sobre a língua portuguesa. E como fica o acesso à leitura?
Biblioteca Digital e Inclusão
Através da tecnologia, a Biblioteca Digital consegue oferecer alternativas de leitura às pessoas com deficiência auditiva. Existem aplicativos e programas de tradução simultânea do Português para a Língua Brasileira de Sinais, convertendo textos escritos para Libras. A interpretação de Libras é realizada por uma animação, que desempenha os sinais e expressões faciais correspondentes às informações contidas no livro.
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