As cores e sua função no mundo: novo livro apresenta conceitos da Teoria da Cor em abordagem multidisciplinar
17 de novembro de 2022
As pessoas têm habilidade para ver o mundo em uma imensa variedade de cores e tons. Podemos ver as tonalidades do céu e do pôr-do-sol, do arco íris, das matas e de outras belezas naturais sob a percepção individual e coletiva; com efeitos particulares sobre a psique e condição física de cada pessoa. Para além da estética, qual o papel das cores em nossa vida? Como aplicar a cor em todo o seu potencial comunicacional e simbólico, com critérios mais estratégicos do que a preferência pessoal? Boas respostas são encontradas nas páginas de “E por falar em cor, um pouco de teoria”, mais recente publicação da professora e pesquisadora Sandra Regina Marchi. A obra, lançada pela Editora Intersaberes, apresenta um panorama multidisciplinar sobre as cores e fica disponível nas livrarias de todo o Brasil a partir de novembro.
Percepção da cor: estruturas e efeitos
Na relação com o meio ambiente, a captação de informações é tarefa dos sentidos; boa parte do processamento é desempenhada pelo cérebro. A percepção final é uma ação integrada do sistema nervoso – resultante da interação entre estímulos físicos, anatômicos, fisiológicos e psicológicos. Mas a principal condição para a visão das cores é, simplesmente, uma quantidade suficiente de luz. “A luz afeta os receptores sensíveis da retina e, em seguida, gera um sinal para o cérebro. A percepção da cor ocorre de forma complexa no olho, onde exteroreceptores de redes retinais e neurais formam imagens visuais no cérebro. Desta forma, a cor é uma interpretação do mundo na consciência humana, que surge das células oculares sensíveis à luz, obtidas como resultado do processamento de sinais, cones e bastonetes”, resume Dra. Sandra Marchi.
Logo, a percepção de cor depende – em muitos aspectos – das características pessoais de cada indivíduo. Não há “cor primordial” – tudo deriva da captação de luz, das características biológicas e das referências pessoais de quem observa. É o fato demonstrado pelo psiquiatra suíço Max Lüscher, que teorizou sobre como a escolha da cor reflete estados emocionais e fornece pistas sobre a personalidade das pessoas. “São escolhas que se alinham às flutuações psicológicas e fisiológicas de cada indivíduo, e aos estados encontrados no sistema endócrino, onde são produzidos os hormônios”, explica a autora. O segundo capítulo do livro explora o fenômeno visual e se aprofunda nos processos de visão, nas propriedades físicas da cor, no fenômeno de absorção e refração das cores e nas tantas outras nuances que circundam a percepção humana da cor.
Simbolismos da cor
As cores têm significados percebidos universalmente. Cada uma delas carrega um simbolismo e remete a certo sentimento – logo, a relação entre os humanos e a cor vai muito além do campo estético. A Psicologia das Cores surge para investigar os efeitos das cores no comportamento humano. “Percebemos as cores conscientemente e inconscientemente e as conectamos com diferentes significados e emoções. Porém, não só as cores influenciam na emoção, como também, no humor, no comportamento e no desempenho. Além do mais, a cor tem significados diversos em diferentes culturas que, por extensão, também se aplicam no campo do marketing, do design e da publicidade”, comenta Dra. Marchi, criadora do método See Color – A Linguagem Tátil das Cores, e especialista em Tecnologia Assistiva.
Em abordagem multidisciplinar sobre a cor, o novo livro de Sandra Regina Marchi apresenta o sistema de codificação das cores e sua aplicação no design visual – considerando processos de impressão, aplicação da cor na tela digital, legibilidade, combinações cromáticas de sucesso, criação de identidades visuais atraentes, e aspectos de acessibilidade relacionados à cor. Inclui, ainda, uma sessão específica para debate da aplicação da cor em filmes e em videogames.
A cor como informação
Enquanto códigos, as cores conseguem comunicar mensagens com eficiência. A informação visual é percebida de maneira instantânea; chega à consciência antes do reconhecimento da forma, de forma mais rápida que a escrita. Logo, a aplicação da cor precisa ser bem fundamentada e estratégica nos contextos mercadológicos. “A cor é usada pelos profissionais de marketing, design ou publicidade para influenciar as pessoas no que elas pensam e como se comportam em relação a uma marca, e ainda, de como interpretam qualquer informação”, salienta a autora, também artista plástica e professora de pintura há mais de 25 anos. “Afinal, como as cores podem atrair a atenção de um cliente potencial, podem, também, dificultar a obtenção das informações necessárias. A escolha das cores pode ajudar as pessoas a decidir o que é importante”, conclui Dra. Marchi.
Em “E por falar em cor, um pouco de teoria”, o leitor é convidado a mergulhar na vastidão de funções e sentidos desempenhados pela cor no mundo. Conhecimentos técnicos sobre círculo cromático, harmonia das cores, cores-pigmento e relações entre cor e forma se somam a reflexões sobre psicologia das cores, sinestesia e a importância da cor em nossas vidas. Leitura indicada aos educadores, profissionais das áreas de Arquitetura, Design, Artes, Computação Gráfica, Processamento de imagem digital e a todos que também usam a criação, a estética e a harmonia como ferramentas diárias de trabalho.
Ficha técnica
Livro: E por falar em cor, um pouco de teoria
Autor: Sandra Regina Marchi
Número de páginas: 306
ISBN: 9786555171280
Formato: brochura
Dimensões: 1.6 × 14 × 21 cm
Preço: R$122,40
Editora: Intersaberes
Mais informações sobre o livro “E por falar em cor, um pouco de teoria”
Sobre a Autora
Sandra Regina Marchi, nascida em Lages, Santa Catarina, atualmente mora e trabalha em Curitiba, Paraná, onde concluiu o doutorado em Engenharia Mecânica e o pós-doutorado em Design pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). É mestre em Engenharia Mecânica também pela UFPR e graduada em Artes Plásticas pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Ainda no âmbito acadêmico, integrou a Rede de Pesquisa e Desenvolvimento em Tecnologia Assistiva (RPDTA) e criou o método See Color – A Linguagem Tátil das Cores (patenteado – BR 30 2018 003494 5). É artista plástica e professora de pintura há mais de 25 anos. Atualmente, trabalha e pesquisa nas seguintes áreas: Tecnologia Assistiva; acessibilidade da informação para pessoas com deficiência visual; linguagem tátil; inclusão; design universal; cor.