Entenda as mudanças na BNCC para o Novo Ensino Médio
28 de maio de 2021
A Base Nacional Curricular Comum (BNCC) é um documento normativo colaborativo liderado pelo MEC. Serve de referência para a elaboração dos currículos de todas as instituições de educação básica do Brasil. Também orienta no processo periódico de revisão das propostas pedagógicas, dos materiais didáticos e das políticas de formação de professores. O intuito central da BNCC é estruturar o ensino brasileiro para uma formação integral, desenvolvendo competências cognitivas, sociais, emocionais e éticas.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais foram elaborados em 1997, criando diretrizes para cada disciplina do currículo escolar. A BNCC passa a ser contemplada no Plano Nacional de Educação (PNE) em 2014, submetida à avaliação de muitos ministros e presidentes da república. Somente em 2017 a BNCC foi efetivamente implementada, decretando uma base curricular comum para o ensino básico.
Mudanças na BNCC vêm sendo discutidas desde 2018 em inúmeras consultas públicas, na intenção de propor um novo ensino médio. As revisões foram homologadas e, neste momento, a educação brasileira se encontra em transição. O novo ensino médio foi estruturado em 2020, deve ser adaptado nas escolas durante 2021 e tem 2022 como prazo final para implementação plena.
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Alunos, professores e instituições sentirão as transformações que as mudanças na BNCC propõem para o novo ensino médio. O objetivo é romper com o modelo tradicional, vinculado a altos níveis de evasão escolar, para oferecer protagonismo e desenvolvimento integral aos estudantes.
ÁREAS DO CONHECIMENTO E INTERDISCIPLINARIDADE
Uma das principais mudanças na BNCC para o novo ensino médio diz respeito às disciplinas. Antes isoladas, agora as disciplinas passam a ser articuladas dentro de 4 grandes áreas do conhecimento: Linguagens e suas Tecnologias; Matemática e suas Tecnologias; Ciências da Natureza e suas Tecnologias; Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. Língua portuguesa e matemática permanecem como componentes curriculares obrigatórios durante os três anos de ensino médio.
Não se trata da exclusão das demais disciplinas; serão apenas reorganizadas para uma abordagem mais integrativa. História, Geografia, Sociologia e Filosofia devem conversar entre si dentro das Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, por exemplo. A interdisciplinaridade é um dos pilares centrais do novo ensino médio, como fomento às habilidades de trabalho em equipe e pensamento sistêmico.
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ENSINO PROFISSIONALIZANTE
Sendo as 4 grandes áreas do conhecimento os componentes fixos do novo ensino médio, os componentes flexíveis se relacionam à formação técnico-profissional. São os chamados itinerários formativos (conjunto de disciplinas, projetos e oficinas na área em que o aluno deseja se especializar) ou itinerários técnicos (cursos técnicos ou de Formação Inicial Continuada (FICs) associados ao ensino médio). Tais mudanças na BNCC convidam os alunos a refletir sobre aprofundamentos acadêmicos e futuras profissões, dando aproveitamento personalizado ao novo ensino médio. Deixam de submeter os estudantes a uma mesma métrica avaliativa e incentivam o protagonismo no desenvolvimento de seus planos de vida.
Uma das grandes vantagens da nova base curricular está em possibilitar a formação técnico-profissional dentro da carga horária do ensino médio. A previsão é que 60% da carga horária total seja dedicada ao ensino comum da classe, e 40% destinada aos itinerários escolhidos por cada aluno. Os itinerários não são obrigatórios, mas oferecem a oportunidade de conquistar o diploma de educação básica em conjunto com uma capacitação profissional. Uma porta de entrada objetiva para o mercado de trabalho, sem horas adicionais.
CARGA HORÁRIA E FORMATOS
O aumento da carga horária é outro ponto de destaque nas mudanças na BNCC. O novo ensino médio passa a contar com carga horária anual mínima de 1.000 horas, totalizando 3.000 horas ao longo dos três anos de curso. Um aumento significativo em relação às antigas 800 horas anuais, que totalizavam 2.400 horas de curso. O aumento da carga horária decorre da inclusão dos itinerários técnicos ou formativos na grade curricular do ensino médio.
A BNCC demonstra abertura para novos formatos educacionais, mas sem obrigatoriedade até o presente momento. O ensino a distância está permitido para as instituições interessadas, com preferência para uso nos itinerários formativos (mediante suporte tecnológico e pedagógico necessário). O limite para práticas EAD no ensino médio é de até 20% da carga horária total no ensino diurno e até 30% no ensino noturno.
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A transição pode ser desafiadora, mas as mudanças na BNCC nos conduzem para o futuro da educação brasileira. Sua instituição pode implementar o novo ensino médio com segurança, respaldada pela expertise de quem atua há mais de 15 anos no mercado da educação. Em breve, a Editora Intersaberes lançará soluções educacionais para o novo ensino médio com a tecnologia e o compromisso que seus alunos merecem! Assine nossa newsletter e fique por dentro das novidades.