O ano de 2020 foi atípico em muitos aspectos. Saímos dele com um mundo transformado, imerso em protocolos e novas dinâmicas para a vida em sociedade. O mercado da educação precisou aguçar sua capacidade de reinvenção, diante da abrupta impossibilidade de seguir com aulas presenciais em tempos de isolamento social. Gestores enfrentaram incontáveis desafios para dar sequência ao ano letivo lançando mão de tecnologias educacionais até então desconhecidas no ensino brasileiro, cuja incorporação foi quase obrigatória para fugir do fechamento das portas na pandemia.

Apesar do caráter emergencial, hoje se percebe que a implementação de tecnologias educacionais com olhar mais atencioso à modalidade EAD aproximou o ensino brasileiro das tendências já previstas para o futuro da educação global. Um avanço que beneficia o sistema educacional do Brasil como um todo, ao romper com a reprodução de um método tradicional limitado e há décadas ultrapassado para dar espaço a soluções modernas e dinâmicas que revolucionam o processo de ensino-aprendizagem. Também favorece, em especial, toda a comunidade acadêmica do país, que ganha mais flexibilidade para concluir o ensino superior e demonstra grande receptividade ao uso de recursos digitais nos estudos.

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No começo de 2020, antes mesmo da pandemia, a consultoria McKinsey lançou um relatório com as principais tendências e oportunidades para o mercado educacional do Brasil. O fenômeno da Covid-19 acabou por reforçar os direcionamentos previstos, que seguem norteando gestores de IES diante da imprevisibilidade deste 2021 que acaba de começar. Sua instituição está preparada para trilhar o caminho adaptativo que leva ao futuro da educação?

EAD veio para ficar

Desde 2010, o Ensino a Distância apresenta crescimento de 20% ao ano no Brasil, e 40% dos alunos matriculados no ensino superior já eram praticantes da modalidade no início de 2020. A McKinsey atribui a tendência a dois fatores: o custo (graduações EAD são mais acessíveis do que as opções presenciais) e a capilaridade (existem cursos presenciais disponíveis em apenas 20% dos municípios brasileiros). Se o EAD já se consolidava como tendência há uma década, imagine o tamanho de sua relevância no mundo pós-pandemia. Ambientes Virtuais de Aprendizagem, videoaulas, conferências e recursos digitais interativos expandiram as fronteiras de ensino-aprendizagem, e as IES que refutam soluções educacionais modernas se tornarão cada vez mais obsoletas no mercado da educação.

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Mercado carente de soft skills

A educação contemporânea passa por uma grande mudança de paradigma: se antes o ensino superior era focado na formação de profissionais qualificados para resolução de problemas específicos, agora a principal demanda é por profissionais com desenvolvimento emocional e criativo. Com a saturação do domínio técnico, hoje são as soft skills que estão em falta no mercado – pensamento crítico, inteligência emocional, tomada de decisões e flexibilidade cognitiva foram as salientadas pela McKinsey. Revisões curriculares que atendam a esta lacuna fazem parte das exigências da educação do futuro; sai na frente a IES que valoriza aspectos técnicos e relacionais em igual medida.

YouTube em destaque na educação

A atual relevância dos recursos digitais na educação é exemplificada pela McKinsey através do YouTube, “a maior universidade do Brasil”. Nove a cada dez usuários da plataforma têm o hábito de estudar e pesquisar por meio de vídeos, o que corresponde a quase 90 milhões de pessoas – basta verificar o sucesso de tantos canais de professores e especialistas nos mais variados assuntos. Aos gestores, cabe aplicar tal tendência na realidade das IES, para que se reduza o gap entre as grades curriculares e os novos hábitos de consumo de informação dos alunos. Videoaulas gravadas ou conferências ao vivo, desde que ministradas por profissionais didáticos e especializados em EAD, são bem aceitas pelo público.

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